2007-03-21

Spring Love


Doce Primavera enamorada nas janelas dos meus olhos,
brilho que levo insensato, a espalhar brisas em gestos
sobre cavalos alados de membros viris e dextros
cavalgo nas crinas belas, bebo um doce mel de abelhas,
aterro em jardins de esperança, sou de novo uma criança
a dançar no arco-íris, a imitar borboletas.
Onde vou tão enfeitada, num dia de intensa luz,
onde tudo que reluz me diz dessa louca embriaguez
de te querer... só desta vez, só hoje por um instante?
Fujo para lá do sol, para os lados do luzente,
brisa insólita me espera, guarnecida de luar - voo nela para sonhar?
Despenho-me no infinito, adorno-me de flores do mar?
Quebro jangadas dispersas, desfaço rochedos breves e volatizo falésias?
Escavo uma enseada de amor, num areal de ternura
sem dispersos loucos búzios, ou sombras vagas de bruma?
Invento só para nós este leito de verdura
onde os corpos transpirados cheirando a feno e jasmim
balancem como hastes de flor - tu agonizando em mim?
Lentamente, amor, devagarinho pousa a tua alma pura
no meu regaço anelante - sente o aroma da terra
sente o pulsar que nos prende quando o corpo louco cede
e o pólen se desprende - sabes? Sinto-te sempre.
Tu és a brisa, amor, eu sou só o voo errante.

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